No mês em que a sociedade celebra a contínua luta por direitos iguais pelas mulheres, que já representam metade da população mundial, a data pode até soar meio estranha em pleno século XXI. Mas sim! É preciso comemorar as conquistas e avanços em diferentes áreas.
E no design não poderia ser diferente. Neste artigo especial em homenagem a todas as mulheres (designers ou não) você vai conhecer um pouco da experiência de diferentes profissionais, cada uma com sua característica, origem e formação, mas que compartilham o mesmo amor pelo design, editoração e diagramação, sentimento que é materializado através de um software – InDesign.
No InDesign, apesar do gênero masculino, há várias referências femininas– Amostras, Camadas, Páginas, Tabelas, Margens, Colunas. Tudo bem, que ainda há grande destaque do gênero masculino com Parágrafos, Caracter e Estilos! E algumas num categoria mais fluída – Referência Cruzada, Layout Líquido e Transição de Páginas.
Brincadeiras à parte, espero que vocês leitoras se identifiquem com as histórias abaixo e que sirvam de inspiração sobre a necessidade de estarmos sempre atualizados e buscando uma melhoria contínua.
Sou diagramadora há mais de 25 anos. Comecei minha carreira profissional, em uma editora de livros jurídicos, com o programa PageMaker, como era mais textos, esse programa atendia muito bem em nosso processo de trabalho.
Uma das grandes dificuldades era para colocar a famosa nota de rodapé ao fim da página, esse processo não era automático, e como se tratava de livros jurídicos as vezes em um único livro havia mais de 3.000 notas de rodapé, e se o autor em uma de suas revisões cortasse ou aumentasse uma nota qualquer, afff… era aquele trabalhão, renumerar todas a mão, uma a uma, mas enfim, ossos do ofício, rs.
Depois de alguns anos, surgiu o InDesign, que foi uma verdadeira revolução para nós diagramadores de livros.
Então, comecei a trabalhar em uma grande editora de livros didáticos, na qual fiquei trabalhando por 17 longos anos, e foram muitos e muitos desafios, principalmente nos livros de exatas (matemática, física e química), com as famosas equações. Outro grande desafio, mas que ao longo dos anos, fazendo cursos e aprendendo cada vez mais as ferramentas que o programa nos proporcionava, hoje confesso que é um dos programas mais completos que trabalho e conheço!
Dilma Santos, Cidade
Portfólio / Site
Minha história com o Indesign começa em 2008 quando estava cursando técnico em Produção Gráfica no Senac e me apaixonei pelo módulo de Editoração onde descobri que queria seguir a área de diagramação com o InDesign.
Neste mesmo módulo eu e mais dois amigos Dayane Reis e David Araújo fizemos um projeto editorial de uma revista chamada Century, desde a escolha da fonte, das matérias e falamos sobre Guttemberg que fez uma revolução na tipografia e impressão. Um orgulho falar sobre a história da impressão e usar um software tão completo quanto o InDesign.
Este projeto editorial está neste link
No mês que vem fará 10 anos que fiz este projeto editorial que abriu portas e até hoje sou diagramadora.
Amo o que eu faço e trabalhar com o software InDesign. Cheguei a fazer o curso de InDesign para iPad com o Felipe Santos aqui em São Paulo, gratidão!!
Atualmente trabalho home office prestando serviços para empresas de traduções e documentações técnicas.
Alyne Lourenço , São Paulo
Portfólio
Sou formada em administração de empresas com ênfase em comércio exterior. Em 2013, a convite de duas amigas que estavam abrindo uma editora, venho trabalhando como tradutora, preparadora de textos e diagramadora para editoras e autores independentes.
Tenho mais de 80 livros preparados, alguns traduzidos e mais de 300 diagramações.
Sou autodidata. Mas no decorrer dessa trajetória, vi que precisava de “algo mais” e desde então venho estudando com os melhores profissionais do mercado literário.
E o melhor de tudo, é que além de me aprimorar, hoje, esses profissionais que tanto me ensinaram, me contratam para revisões e diagramações.
Em 2016 abri a minha empresa de serviços editoriais, a Cristiane Saavedra Edições, onde, além de ser a responsável pelas preparações e diagramações, conto com a parceria de excelentes revisores e capistas. Mas nenhum trabalho é entregue ao cliente sem a minha avaliação final. Como o meu foco é a qualidade, invisto sempre em recursos que aprimoram o meu trabalho, ferramentas que me garantem agilidade e erro zero nas minhas diagramações.
Cristiane Saavedra, Rio de Janeiro
Site
sou Desenhista Industrial, Designer Gráfico e Técnica em Programação Visual com aproximadamente 20 anos de experiência na área editorial.
A minha primeira experiência na área editorial deu-se em 2001, quando atuava como estagiária de programação visual, diagramando livros com uso do software PageMaker 7.0.
Lembro-me que passei momentos difíceis com arquivos corrompidos pelo Pagemaker, sendo obrigada a rediagramar do zero o livro já feito, o que me deixava desmotivada.
Somente em 2005, conheci o InDesign. Fiquei encantada ao perceber que os erros e os travamentos não aconteciam mais!
Isso me estimulava a aprender cada vez mais sobre a diagramação. Desde então, venho acompanhando a evolução de cada versão.
Hoje em dia, trabalho para uma pequena editora, onde elaboro projetos gráficos para livros impressos e digitais, tais como ePub e PDFs interativos, utilizando o Indesign CC.
A minha busca por conhecimento sobre publicações digitais tem aumentado significativamente. Esta busca constante visa torná-los capazes de atrair e estimular cada vez mais a leitura através da interação entre usuários e os novos recursos.
Celeste Ribeiro, Rio de Janeiro
Behance / Issuu
Eu entrei na faculdade de Design sem saber da existência do InDesign, apesar dele já existir. Quando fiz meu primeiro relatório nele (porque era “cool”) achei super difícil por conta das muitas caixas presentes nele. Rs
No período seguinte, peguei uma aula somente de InDesign e me apaixonei. Criar projetos gráficos passou a ser o exercício mais divertido pra mim. Comecei a estagiar e meu trabalho era, majoritariamente, impressos.
E por trabalhar com pessoas mais experientes que eu, cada dia era um aprendizado novo. Ancoragem, estilos (muito estilos), links, hiperlinks…
Todo projeto é como um filho, precisa ser organizado e muito bem cuidado. Eu me dou muito bem com o Illustrator, mas poder trabalhar com o InDesign me traz uma satisfação gigantesca. E apesar de querer seguir a área acadêmica, sei que o InDesign sempre será meu refúgio no mercado.
Justine Hack, Rio de Janeiro
Comecei a trabalhar com design gráfico da forma errada. Eu digo errada pois não tinha formação. Aprendi “no susto” a mexer com o CorelDraw e a fazer cartões de visita num bureau de impressão, em Aracaju.
Eu não queria ser designer, pois tinha dois profissionais insatisfeitos na família. Tentei 3 graduações e desisti de todas elas.
Então, decidi parar de fugir da única profissão constante em meu caminho. Me graduei em 2016. A diferença na formação da profissional que sou hoje foi incrível.
Aprendi desde sites até animação 3D, passando por marketing, gerenciamento de projetos, gestão de pessoas, fotografia, edição de vídeos e segue a lista.
Porém, confesso que sou apaixonada por Produção Gráfica. Hoje, ministro aula de diversos softwares e, principalmente, de InDesign.
Eu acredito que seja o programa com que eu tenha mais intimidade, rs. Eu o conheço desde que a Aldus ainda o produzia (o inesquecível PageMaker). Aprendi, sozinha também, para diagramar um jornal na época de eleições. Depois daí, não larguei mais. Foram capas de livro, manuais de marca, revistas, livros, TCCs, PDFs interativos e etc.
Eu acredito que escolhi a profissão certa e sei que posso contribuir muito com o design. Para mim, é a profissão que mudou o mundo.
Ariadne Christina, Rio de Janeiro
Linkedin
Meu primeiro emprego foi em um bureau de impressão. Ali eu aprendi a montar livros manualmente, cadernos de capa dura e muitos métodos de impressão. Em seguida, passei pelo processo seletivo de estágio do Sesc, onde finalmente iria fazer livros e revistas. Aprendi MUITO, cortava papel, me metia em todo os trabalhos. Queria aprender ao máximo e estava encantada de poder fazer algo que realmente gostava.
Depois fui para o Studio Creamcrackers onde consegui consolidar o conhecimento em diagramação. Foram quase três anos e incontentáveis projetos com livros. Trabalhei com várias editoras, aprendi todo o processo de construção do projeto gráfico: desde escolher a tipografia certa, montar o grid, cores, composição de grafismos e ilustrações, avaliação do conteúdo, emendas infinitas (correções ortográficas depois que o livro já está diagramado). Cada livro pedia uma nova demanda, e eu aprendia um pouco mais sobre a prática da diagramação dentro da ferramenta do InDesign. Fiquei tão envolvida que cheguei a me fantasiar de InDesign no carnaval.
Estava sempre buscando informações sobre como trabalhar melhor uma página, fiz Workshop de diagramação, comprei vários livros de referência e até meu projeto final da faculdade foi o projeto gráfico de um livro (o tema foi o cineasta Quentin Tarantino, rs)
Mas depois de quase três anos eu queria um novo desafio.
Em 2015, fui para a equipe de diagramação do Jornal O Dia. O dinamismo, imediatismo e correria de um jornal diário me encantaram muito. Mas com a crise de 2016, saí de lá quando vi uma boa oportunidade em um jornal menor, Brasil de Fato.
O projeto gráfico deles era no Quark e seria impossível trabalhar com a velocidade que eles esperavam. Disse que poderia refazer o projeto gráfico existente todo no InDesign, para conseguir dinamizar o trabalho e deixá-los mais atualizados.
Eles toparam e fui contratada. Alguns meses depois, reformulei o projeto gráfico do jornal todo e outros estados aderiram ao novo design. Até hoje integro a equipe de diagramação do jornal Brasil de fato.
Em 2017 trabalhei em um Start-up, e mesmo com uma proposta mais voltada pra web, eu montava minhas apresentações todas no Indesign e fazia sempre com links interativos para outros sites.
Em 2018 voltei a trabalhar em uma agência que foca na elaboração de projetos gráficos de revistas e livros e é onde trabalho atualmente no horário comercial.
Tenho a sorte de ter clientes e amigos que me indicam com frequência, então, eu sempre estou envolvida com algum projeto de livro ou ebook, como freelancer.
Mesmo com crise no mercado editorial, acredito que vamos caminhar para novas demandas, projetos independentes e livros mais interativos. O mundo está em constante modificação e com os livros, não podia ser diferente.
Mas conseguir viver e me sustentar com esse ofício é uma alegria sem tamanho. Trabalhar fazendo livros, pra mim, não é só um trabalho, é a realização de um sonho muito antigo, e que me custou muito tempo, privações e incontáveis noites de sono. Hoje olho pra trás e vejo que tudo isso valeu a pena e mal posso esperar pra experimentar os próximos desafios.
Juliana Braga, Rio de Janeiro
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