Relacionamos as principais características do PDF/X visando esclarecer seus objetivos para o mercado gráfico atual, especialmente o de pré-impressão e impressão digital:
O que é PDF/X?
O PDF/X não esta substituindo o PDF tradicional. Ele é um PDF com algumas modificações voltadas para o mercado gráfico, devido a gama de recursos que o formato PDF oferece como incorporar elementos multimídia (sons, filmes, animações), recursos de internet (hiperlinks), funções de formulários, aplicação de segurança ao trabalho (senhas para abrir, imprimir etc), comentários de revisão e a possibilidade de indexar os documentos, todos esses recursos não são utilizados quando este PDF é destinado à impressão.
Na verdade não se cria PDF/X, mas sim um arquivo PDF específico para artes gráficas, um arquivo mais restritivo baseado em normas rígidas.O “X” vem de Exchange (troca), pois o principal objetivo das Organizações de Normalização (conheça aqui todas as Organizações envolvidas na Normalização do uso do PDF em artes gráficas) é garantir um ambiente de intercâmbio entre quem cria os PDF´s para impressão (design / produtor) e seu fornecedor (birô, gráfica ou editora), onde nenhuma informação especifica sobre o ambiente de origem e de destino será necessária para o envio do trabalho e impressão do mesmo, esse tipo de fluxo de trabalho é conhecido como “troca cega”.Aqui no Brasil, a ABTG junto com ONS27, trouxe um subconjunto da norma do PDF/X, conhecido como PDF/X-1a, que atende ao fluxo baseado em CMYK, pois o PDF/x-1a não suporta cores especiais (spot), entre as variações do PDF/X é a mais simples sendo também mais fácil de ser adotada pelo mercado.
Quais as variações do PDF/X?
A intenção original era que a norma do PDF/X, criada pela ANSI/CGATS e normalizada pela ISO, fosse dividida em duas. O PDF /X-1, que seria o “intercâmbio fechado”, onde todas as informações técnicas estariam reunidas em um único arquivo, sem a necessidade de fornecer algo mais e o PDF/X-2 sendo um formato para transferências mais abertas.
Para facilitar o surgimento de ferramentas que possam trabalhar com PDF/X, foi desenvolvido um novo nível de conformidade, o PDF/X-1a, mais “enxuto” que o PDF/x-1. Para mercados publicitários mais fragmentados como na Europa e Japão poderão utilizar a variante X-3, que consiste num intercâmbio fechado sem arquivos rasterizados incuídos (similar ao PDF/X-1a), mas com a opção do uso de CIE-LAB e outros espaços de cor independentes, como permite o PDF/X-2.
Como se cria arquivos PDF/X-1a?
Primeiro é preciso ter um arquivo PostScript do seu trabalho, pois ele é a origem mais confiável de um arquivo PDF. Para se ter arquivos convertidos adequadamente para PDF/X-1a os arquivos PostScript devem possuir algumas características particulares, como descrevem as informações a seguir. (fonte: ABTG / cartilha sobre PDF/X-1a)
Características que os arquivos PostScript devem ter:
- Devem ser do tipo composto (composite).
- Devem ser criados usando a descrição de impressora (PPD) do Acrobat Distiller versão 4 ou 5, ou outro PPD do tipo genérico (não vinculado ao dispositivo) indicado pelo fornecedor.
- Documentos com mais de uma página podem ser salvos em arquivos individuais ou em um único arquivo PostScript.
- Todos os elementos da página (inclusive imagens e ilustrações) devem utilizar somente cores CMYK.
- Versões definitivas, de alta resolução das imagens devem ser incorporadas integralmente aos arquivos PS.
- As marcas de corte (crop marks ou trim marks) devem ser necessariamente incorporadas no PostScript, estando posicionadas a, no mínimo, 10 pontos tipográficos ( 3,5 mm ) da borda do documento.
- O formato do papel (paper size ou media size) definido na saida do PostScript deve ser, no mínimo, uma polegada ( 2,54 cm ) maior que o tamanho de corte do documento nas duas dimensões, a fim de abrir espaço para as marcas de corte e informações de página.
- Os documentos devem ser fechados com marcas de corte completas nos quatro cantos, sem o uso de páginas faceadas (spreads).
- Todas as fontes tipográficas utilizadas no documento – preferencialmente do padrão PostScript Tipo 1 – devem ser incorporadas no arquivo PostScript. Fontes especiais (TrueType, OpenType etc) podem ser convertidas para curvas ou incorporadas ao PostScript conforme instruções do fornecedor.
Características que os arquivos PostScript não podem ter:
- Separação prévia das cores (PostScript pré-separado).
- Descrições de impressoras (PPD) de dispositivos específicos (imagesetters, platesetters ou RIPs).
- Elementos com cores RGB, CIE-LAB ou cores indexadas (indexed colors), como as encontradas em imagens do tipo GIF. Essas imagens devem ser convertidas para CMYK antes do fechamento.
- Cores especiais (spot colors) ou cores Pantone, ainda que na forma de cores adicionais ao CMYK (quinta cor).
- Imagens do tipo duotone criadas no Photoshop com uso de cores especiais. Duotones criados com uso de cores CMYK são aceitos desde que criados com Photoshop versão 5.5 ou mais recente.
- Imagens pré-separadas, salvas no formato EPS DCS 1 ou DCS 2.
- Imagens de baixa resolução para posterior substituição em sistema de OPI.
- Perfis de cor (ICC Profiles) incorporados. Tanto as imagens CMYK incluídas no documento quanto o próprio arquivo PS não devem possuir perfis incorporados (embeded).
- Divisão da página em múltiplas folhas de papel. A opção de uso de ladrilho (tilling) deve ser desabilitada no fechamento.
- Páginas posicionadas lado a lado (facing pages) unidas numa única folha (spread).
- Marcas de sangria (bleed marks) junto das marcas de corte. Nos aplicativos que oferecem essa opção no fechamento, as marcas de sangria não devem ser incorporadas.
- Fontes tipográficas padrão PostScript Tipo 3, mesmo que possa ser incorporadas ao PS.
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