Livros didáticos digitais. Presente ou futuro?

Este é nosso último post sobre educação x tecnologia e queremos fechar esta série com as mudanças já pré-estabelecidas pelo Governo para os próximos anos. O que tudo indica é que algumas coisas tendem a melhorar bastante.

No início do ano passado, o Governo anunciou que compraria 900 mil tablets para professores e alunos de escolas públicas. Agora, temos mais uma novidade: foi divulgado, na semana passada, o edital de seleção de livros didáticos do Ensino Médio para o ano letivo de 2015 e, pela primeira vez, as editoras terão a possibilidade de inscrever seus livros didáticos digitais.

Quanto à formatação, o livro digital deverá manter a mesma organização de páginas que o livro impresso, que por sua vez, deverá indicar, através de ícones, os trechos que possuírem conteúdo multimídia adicional, na versão digital. Não será possível comercializar um livro didático digital, sem estar acompanhado da versão impressa. A versão impressa deverá ser capaz de permitir uma aprendizagem tão suficiente independente do livro digital.

Porém, o grande desafio das editoras, atualmente, é produzir livros digitais que não pareçam simplesmente cópias digitalizadas dos livros impressos. Hoje, a organização e conteúdos digitais são bem similares aos dos livros tradicionais, em papel.

O objetivo é que o livro digital traga o conteúdo dos livros impressos, mas explore com mais criatividade os recursos digitais, como os vídeos, áudios, textos, gráficos, tabelas, tutoriais, aplicações, mapas, jogos educacionais, animações, infográficos, páginas web e outros elementos.

As editoras precisam apresentar suas versões ao MEC até Agosto deste ano e cumprir certas exigências do edital. Entre elas, está a compatibilidade com múltiplas plataformas. O acesso dos livros digitais será feito pelos principais sistemas operacionais, como: o Android 2.3 ou posteriores, iOS, Linux (Ubuntu) e Windows 7 ou posteriores, para dispositivos como laptop, desktop e tablets.

As exigências do edital do Governo deverão acelerar algumas mudanças e decisões dentro das editoras. A começar pela escolha do formato utilizado na produção desse novo conteúdo. Entre os dois principais formatos disponíveis – App e ePUB, cabe alguns comentários. Saiba mais sobre esses formatos neste artigo.

Na verdade, o motor que, hoje, permite a interatividade e flexibilidade de plataformas exigidas pelo Governo, chama-se HMTL5. Nesse formato que as editoras e demais interessados devem dedicar atenção.

A partir do HTML5 é possível produzir arquivos ePUB3 e WebApp  (opção de app criado a partir de HTML5 formatado para visualização em tablets e desktop). Para conhecer outras variações do App, leia o nosso mini glossário.

O mundo ideal seria unir as potencialidades de cada formato. A flexibilidade de leitura/plataforma do ePUB e o poder de interatividade e layout  do WebApp. Infelizmente as coisas não são tão simples. Lançado desde outubro de 2011, o ePUB3 ainda não emplacou e seu suporte de leitura é bem restrito, diferente de sua versão anterior – que possui amplo suporte de leitura, mas zero de interatividade. Por outro lado o WebApp ainda exige um nível de programação elevado, mas fornece um bom suporte aos principais recursos interativos.

O certo é que novas ferramentas para produção de conteúdo em HTML5 surgem com frequência, como Edge, Muse e BlueGriffon são alguns exemplos . O que aumenta a esperança de designers e editoras em atingir um fluxo de produção que alie interatividade, controle do layout, plataformas de leitura, produtividade e custo. Essa conta está difícil de fechar!

Então, o dever de casa que fica nesses tempos de incompatibilidades e manter-se atualizado com as novas ferramentas para assim conseguir implantar uma estrutura de produção viável para o livro didático digital.

Analisando esses mecanismos impostos pelo Governo, pelo visto, o MEC está muito cauteloso com essa adesão ao digital e na expectativa para verificar se as editoras vão se adaptar e re-produzir um conteúdo didático que funcione com recursos multimídias.

Por incrível que pareça, nós também!


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Uma resposta para “Livros didáticos digitais. Presente ou futuro?”

  1. muito bom o seu artigo

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