Confronto de Design – Impressos X Tablets!

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Confronto de Design – Impressos X Tablets!

Confronto de Design – Impressos X Tablets!

Um dos desafios que os editores das publicações para tablet enfrentam é o equilíbrio entre a experiência da leitura do impresso tradicional com as possibilidades de recursos, navegação e usabilidade dos tablets. O potencial que os tablets oferecem para leitura está diretamente relacionado ao conteúdo e a forma como este é apresentado aos leitores.

A interatividade é importante para a publicação no tablet por duas razões: quando concebidos de forma adequada, vídeos, slideshows, animações, entre outros expandem o conteúdo, envolvendo o leitor de novas maneiras para enfatizar a mensagem. (Por outro lado, quando mal aplicado o recurso interativo apenas distrai e prejudica a informação).

Outra razão pela qual a interatividade é importante nos tablets é a usabilidade. No papel podemos espalhar as informações pelas páginas, utilizando páginas duplas para compor uma mensagem, por exemplo. Nos tablets, por sua dimensão somos “quase” obrigados a empilhar os elementos em uma única página, e neste momento os recursos interativos nos permitem criar verdadeiras camadas de informação, as quais o leitor literalmente “descasca” para acessá-las.

A lista de publicações adaptadas para tablets cresce a cada dia. O sistema, da Adobe, Digital Publishing Suite (DPS) tem sido um fator importante nesse crescimento. Segundo dados do iTunes divulgados no site minonline 14 das 20 principais publicações presentes no canal Newsstand da Apple são produzidas com o DPS.


A seguir segue uma análise sobre 6 publicações (3 americanas ­— Martha Stewart Living; Mens Health e Wired e 3 brasileiras ­­— Info Exame; época e Galileu) para comparar a versão em tablet em relação as edições impressas. O que se ganha? O que está faltando?

Esta análise é uma visão geral e particular sobre cada publicação e não tem a intenção de esgotar o debate sobre o tema, apenas mostrar o que estas publicações para tablet fazem (ou não) para surpreendê-lo.

Martha Stewart Living

Editora: Martha Stewart Omnimedia
Impresso: $4,99; 148 pags
iPad: $3,99; 255 MB

Martha Stewart Living é uma revista impressa realmente linda, e sua versão para tablet captura essa essência. A capa da versão digital dá o tom: um video com buquê de rosa e balões subindo na página. Embora adequado ao público da revista, elementos “decorativos” como esse se mostra gratuito.

Para um artigo sobre câmeras digitais, as imagens entram e saem de foco, acompanhado pelo som de cliques do obturador. Um recurso simples, mas inteligentemente concebido e executado.

Figura 3 Figura 3
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O recurso que permite que você toque e arraste para visualizar uma imagem panorâmica que imita a aplicação de uma página dupla de versão impressa merece destaque. Alguns elementos são bem utilizados: a matéria sobre como fazer cartões para o Dia dos Namorados incorpora vídeos com instruções passo-a-passo. As fotografias que apresentam muitas das receitas de sobremesas e refeições da revista são claramente ligadas às suas respectivas receitas, tornando conveniente navegar pelas informações.

No entanto, a edição impressa oferece um serviço que o tablet não pode realizar: páginas de receitas são do tipo como cartões perfurados que podem ser colecionadas e arquivadas para uso futuro.
O escopo da Martha Stewart Living é para promover um estilo de vida elegante. E os principais elementos na versão digital reforçam essa mensagem.

Figura 3 Figura 4
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Men’s Health

Editora: Rodale
Impresso: $4.99; 136 pags
iPad: $4.99; 321 MB

O slogan da Mens Health é “Tons of Useful stuff”, numa tradução livre ­— “um monte de coisas úteis” e a revista impressa é de fato recheada com informações sobre diferentes estilos da vida masculina: finanças, moda e sexo. A edição para tablet, também, está repleta de conteúdo, mas você tem que se envolver e identificar a usabilidade da página para ter acesso as informações. Uma página típica da Mens Health para tablet inclui elementos como uma barra lateral de rolagem, legendas em pop-up, além de vídeos integrados. Ao acessar tantas camadas de informação, o leitor pode sentir que ele está recebendo mais conteúdo do que a edição impressa, apesar de alguns poucos tópicos, por exemplo, estão ausentes na edição digital.

Figura 5 Figura 6
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A força da Mens Health como publicação digital está nas soluções para o conteúdo principal da revista. A capa possui um video da matéria/artista em destaque ­— recurso cada vez mais presente nas publicações digitais. As chamadas de capa são hyperlinks ligados às respectivas matérias. A maioria das rotinas de exercícios são animados e acessados clicando em um botão ou deslizando uma barra de rolagem. Proporcionar sequências passo-a passo das instruções tornando-as fáceis de seguir é uma tarefa que esta revista para tablet realmente brilha.
Outra característica que merece atenção é o feed do Twitter ao vivo na página do Editor da Mens Health, a transmissão ao vivo dos tweets propicia uma troca rápida e dá um perfil ágil a revista.

Figura 7
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Figura 8
“O objeto mais perigoso do escritório este mês” é descrito na edição impressa da Wired, mas quando se trata de um mini canhão da artilharia de bolso, você tem que ver para acreditar. É aí que a publicação iPad vem, inicie o vídeo e você verá esta arma wee destruir uma lâmpada.

Wired

Editora: Conde Nast
Impresso: $4.99, 132 pags
iPad: $3,99; 333 MB

Wired é o pai das publicações digitais para tablets. A revista foi um projeto piloto para o Digital Publishing Suite, por isso houve tempo para desenvolver alguns recursos extras. Como seus leitores são aficionados por tecnologia vários elementos interativos fazem sentido no contexto editorial. A revista também gosta de apontar absurdos culturais, de modo que algum disparate é esperado. O vídeo que acompanha o Pocket Artilharia canhão Mini é incrivelmente engraçado. O telefone celular de zumbido? Nem tanto.

Figura 9
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Na publicação, os anúncios são importantes, e os anúncios interativos na Wired são impressionantes. O anúncio diamante da Forevermark aparece em Mens Health e Wired. No primeiro caso o anúncio é estático, no último inclui um diamante cintilante, botões que piscam, e um aplicativo para download. A equipe de publicidade da Wired está de parabéns por incentivar seus clientes a adotar os novos recursos e possibilidades dos tablets.

Info Exame

Editora: Abril
Impresso: R$11,90; 130 pags
iPad: $6,99; 390 MB

A revista Info pelo próprio perfil editorial consegue explorar bem as possibilidades do tablet, através dos hyperlinks, redes sociais , videos e recursos de navegação. Destaque para o twitter com informações em tempo real direto da redação. As indicações de interatividade são um ponto alto da publicação digital, todos os hyperlinks possuem uma clara marcação em verde, o que facilita a identificação e remete ao layout impresso.
Na versão para tablet cada seção da revista apresenta um sumário que permite a navegação entre as várias matérias, muitas delas trazendo conteúdo extra em relação a versão impressa, como imagens, textos, além de videos é claro.

Figura 10
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Figura 11
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Em várias matérias a Info consegue combinar bem o uso de recursos interativos como pop-up de informações, slideshows, entre outros. A seção Teste é um bom exemplo. Recursos como sequências de imagens, videos e slideshows são utilizados para detalhar os produtos testados indo muito além dos limites físicos da versão impressa.
O leitor da versão digital da Info, sem dúvida recebe um material mais abrange com conteúdos extras num layout e tipografia bem agradáveis. A integração entre a duas orientações (vertical e horizontal) é bem feita, e ambas se complementam.

Época

Editora: Globo
Impresso: R$9,90; 114 pags
iPad: $3,99; 195 MB

Figura 12
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Figura 13
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A versão digital da Época logo de inicio pouco surpreende e não agrega muitos elementos interativos de forma a ampliar e complementar a versão impressa. Com foco político e sócio-econômico, provavelmente o perfil do público leitor seja a explicação de uma bordagem mais tímida, com uma navegação simples e funcional.
As orientações vertical e horizontal não trabalham de forma integrada e nem complementam a versão impressa, um exemplo disso é a seção Primeiro Plano, que traz uma “página dupla” de gráficos na íntegra de versão impressa para o digital. Com uma tipografia de corpo avantajado, a versão digital, segue num layout rígido, fiel ao impresso. Em algumas matérias mais ilustradas, como “As cartas da mesa”, a usabilidade e leiturabilidade do conteúdo são prejudicados pela falta de um layout melhor adaptado para versão digital.

Galileu

Editora: Globo
Impresso: R$10,90; 90 pags
iPad: $3,99; 137 MB

A revista Galileu faz uma versão digital na medida exata, respeitando ­— até demais, o layout impresso como referência, aliado a pontuais adaptações que reforçam o conteúdo e facilitam a transmissão da mensagem ao leitor. Exemplo disso, é a matéria “Mente brilhante” que distribui, na versão digital, um gráfico através das páginas da matéria. Destaque para a seção “Online”, bem trabalhada com conteúdo extra — videos, twitter, notícias e fotos do site da Galileu.
Mesmo sendo fiel a versão impressa, seu contra tipo digital consegue agregar valor com o uso de recursos interativos, bem aplicados de forma sútil e discreta.

Figura 14 15
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Conclusão

EUA Brasil

Martha Stewart Living

Editora:
Martha Stewart Omnimedia
Impresso:
$4,99; 148 pag
iPad:
$3,99; 255 MB

Men’s Health

Editora:
Rodale
Impresso:
$4.99; 136 pag
iPad:
$4.99; 321 MB

Wired

Editora:
Conde Nast
Impresso:
$4.99, 132 pag
iPad:
$3,99; 333 MB

Info Exame

Editora:
Abril
Impresso:
R$11,90; 130 pag
iPad:
$6,99; 390 MB

Época

Editora:
Globo
Impresso:
R$9,90; 114 pag
iPad:
$3,99; 195 MB

Galileu

Editora:
Globo
Impresso:
R$10,90; 90 pag
iPad:
$3,99; 137 MB

Com base neste comparativo entre publicações impressas e suas versões para tablet fica notório que o perfil editorial influi diretamente ao uso dos recursos interativos. Revistas como a Wired e Info Exame se mostram muito mais propoensas a ousar e impactar suas mensagens do que titulos como a revista Época, bem mais tradicional.

Apesar das publicações realizadas na terra do tio Sam apresentarem, numa média, um maior “desapego” a versão impressa, incluindo mais adaptações e recursos interativos (mesmo que às vezes sem um propósito claro), a pouca ousadia em aplicar novos recursos e layouts, por parte das edições brasileiras, pode ser parcialmente explicado pelo acúmulo de funções dos departamentos editoriais que agora precisam produzir 2 edições, em praticamente o mesmo período de tempo.

Sobre a dupla orientação (vertical e horizontal) pode-se notar que o conteúdo complementar entre elas é uma prática frequente. A matéria principal fica a cargo do layout vertical, enquanto o layout horizontal recebe um conteúdo extra: video, slideshow, gráficos interativos, entre outros.
Um ponto que chama à atenção é a falta de anúncios otimizados que aproveitem os recursos disponíveis nos tablets. Tanto ou mais que área editorial, a publicidade tem um vasto caminho pela frente e muitas opções para impactar ainda mais as suas mensagens. Entre as publicações, brasileiras, analisadas apenas um anúncio chamou mais a atenção: o anúncio da Mercedes Benz utilizando o recurso de giroscópio para exibir o interior do carro com o movimento do tablet.
Veja um bom exemplo de anúncio interativo neste video de Leonardo Afonso.

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