Você tem dor de cabeça crônica ou conhece alguém que tenha? Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, treze milhões de brasileiros tem dor de cabeça diariamente. A boa notícia é que agora temos um aplicativo chamado “Dor de Cabeça” que foi desenvolvido por um time de especialistas de instituições como a Santa Casa de Belo Horizonte e o Hospital das Clínicas da UFMG.
A ferramenta permite que o paciente anote os dias em que teve dor de cabeça, qual foi sua intensidade, se houve algum fator desencadeante – como período menstrual, estresse, falta de sono – se o paciente tomou algum medicamento, entre outros dados. O aplicativo faz um cruzamento de informações e cria relatórios sobre o histórico do paciente, que podem ser enviados em PDF para o médico.
De acordo com o neurologista Ariovaldo Alberto da Silva Jr., do Ambulatório de Cefaleias do Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas da UFMG, um dos princípios modernos do tratamento de dores crônicas é que o paciente tenha uma participação ativa na terapia e, no caso específico das dores de cabeça, é fundamental que o paciente mantenha anotações com a frequência com que as crises aparecem e quais foram os fatores desencadeantes.
Normalmente, os médicos especializados no tratamento de cefaleias costumam pedir que o paciente leve para a consulta um diário de dor de cabeça em que devem anotar diariamente essas informações. Diante da resistência dos pacientes em carregar esse caderno, um grupo de neurologistas de Belo Horizonte resolveu criar o aplicativo para celular que pudesse desempenhar essa função.
“O diário em papel tinha folhas enormes, e o paciente, quando melhorava, parava de usar. E às vezes essa é a hora em que a gente mais precisa das informações para melhorar a evolução”, diz Silva Jr. “Percebemos que aquilo tinha um aspecto simbólico de o paciente ficar aprisionado no papel. Com o aplicativo é diferente, ele é apenas mais um que está no celular, como vários outros para gerenciar seu cotidiano.”
Ele observa que, quando a dor ocorre em uma frequência baixa, uma vez por mês, por exemplo, é fácil lembrar-se para comunicar ao médico. “Mas quando o paciente passa a abusar de analgésicos e ter dor frequente, quase diária”, segundo Silva Jr., é comum que ele perca o controle de quantas vezes é acometido pelas crises.
“Se a pessoa tem dor de cabeça frequente, é importante começar a anotar. Vai facilitar muito quando for ao médico e, o mais importante, vai facilitar sua visão sobre sua própria saúde. Porque a dor vai se cronificando aos poucos e pode ser difícil perceber isso sem esses dados”, diz Silva Jr.
O aplicativo foi criado cerca de um ano e apresentado em uma mesa redonda sobre novidades no tratamento de dor no Simpósio Brasileiro e Encontro Internacional sobre Dor (Simbidor), evento que teve início no último dia 07 deste mês em São Paulo. Ele está disponível gratuitamente na Apple App Store e também para celulares com sistema Android.
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