Desafios digitais na Educação

Desde que o Ministério da Educação (MEC) abriu inscrições no início do ano de 2012 para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), pela primeira vez, os sistemas de ensino e as editoras puderam apresentar seus produtos. Por sua vez, muitas escolas estão tendo suas próprias experiências com os diversos recursos digitais.

Nessa onda, os sistemas de ensino foram os pioneiros. A grande novidade veio do Sistema Uno de Educação que introduziu o iPAD na sala de aula. Em paralelo, as editoras Saraiva, SM e Leya fizeram seu dever de casa e lançaram vários materiais multimídias.

Já a Moderna e a Ática investiram em estratégias mais amplas lançando recursos digitais tanto para coleções dos anos finais do Ensino Fundamental quanto para o Ensino Médio.

Todos esses investimentos indicam que a escola é um bom caminho para a inserção de tecnologias com o objetivo de criar metodologia de ensino a favor da interação dos alunos na sociedade da informação, minimizando as diferenças sociais.

No entanto, Sonia Schwartz, Coordenadora Geral do Programa do Livro Didático do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), afirma que os novos livros didáticos tornará as aulas mais modernas e interessantes.

Mas, nas salas de aula o cenário é outro. Alguns educadores estão decepcionados com os produtos brasileiros. Para Francisco Mendes, Coordenador de Tecnologia Educacional da Escola Internacional de Alphaville, o iPAD não está preparado para os desafios do dia a dia educacional.

Segundo a professora Cleide Diniz, do Colégio Marista Arquidiocesano, a inserção do tablet em sala de aula “atrapalha um pouco a lógica do livro, altera o currículo e muda a didática”. Igualmente, o professor Paulo Fontes da Escola Albert Sabin diz que existe uma carência de apps nacionais adequados para os conteúdos trabalhados na escola.

Depois das declarações acima, nos perguntamos o porquê os materiais multimídias não estão atendendo as expectativas de alguns profissionais da Educação. Será que esses objetos, realmente, são ineficientes ou os professores, ainda, não sabem lidar com o ‘novo’?

Especialistas da área acreditam que o problema é que as editoras estão centradas, basicamente, nas exigências do MEC, oferecendo produtos digitais em que alunos e professores somente podem comentar o conteúdo.

Bem, se isso for verdade, a única saída mais plausível será alinhar as necessidades das escolas às produções das editoras, mas pensemos então em uma pergunta que não quer calar: será que não devemos rever, também, nosso sistema de ensino brasileiro?

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