O mercado dos ebooks é tão recente que, em todo o mundo, muitos experimentos estão sendo feitos web afora unindo a tecnologia aos bons velhos livros impressos. Na seção de hoje da “Dica do dia”, vamos abordar um projeto feito na Universidade de Belas Artes de Katowice, na Polônia, que une a experiência do ebook e do livro impresso de forma literalmente artesanal, com conceitos de programação, de computação e de diagramação.
O vídeo acima mostra uma nova experiência que não é exatamente física, nem simplesmente virtual. Os autores montam um livro que mais parece um Frankenstein tecnológico: as páginas impressas ganham fios, que são ligados ao computador via uma simples porta USB. Resultado: a leitura é realizada não apenas no impresso, nem só na tela do computador, mas numa espécie de livro-espaço ainda difícil de definir.
A experiência é baseada num manifesto intitulado “El Lissitzky”, que em 1923 defendeu que “o novo livro do escritor exige o novo”. Alguma semelhança com o que temos lido por aí, afinal. No caso dos tempos atuais, trata-se de um e-livro que exige também um novo tipo de leitor, de escritor e de designer, proporcionando uma experiência única de leitura baseada nos princípios da Realidade Aumentada – tema que ainda será bastante abordado nesta seção. O uso prático pela indústria editorial aos poucos vem sendo desvendado – principalmente junto ao público infantil. Mas trata-se aqui, acima de tudo, de “pensar fora da caixola” junto às inúmeras possibilidades aventadas pelas novas tecnologias.
A turma do projeto Elektro Biblioteka repensou os limites do design das páginas gráficas, tendo como ferramenta os novos recursos tecnológicos disponíveis. Segundo um manifesto apresentado pelo grupo, “o design do livro-espaço, definido de acordo com as restrições da mecânica de impressão, já não importa para nós. Esta nova página é uma paisagem desconhecida de oportunidades e possibilidades”.
É um caso que transcende até os experimentos de Realidade Aumentada. No projeto dos poloneses, ambos se complementam criando uma nova “superfície”. Agora, como eles dizem, “tudo sobre a página é novo outra vez”. O preceito de que “quem lê, viaja” ganha dimensões pouco imaginadas até pelas mentes mais férteis. Só vendo para crer.
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