O InDesign, algumas vezes, lhe engana no modo como as cores aparecem na sua página. Este artigo irá lhe ajudar a revelar a realidade.
Na edição anterior desta revista, Chuck Green escreveu poeticamente sobre a grandiosa habilidade de spots de tintas de cor (“Seja criativo com spots de cor, Edição 43, Agosto / Setembro 2011). Não há dúvidas que spots de cor podem lhe ajudar a atingir designs efetivos e impressionantes. Mas existe um “lado negro da Força” dos spots, um comportamento inesperado precisa ser compreendido, ou pode acabar te surpreendendo.
Caso em questão: Outro dia, recebi um e-mail de um impressor que estava procurando uma solução para a arte de um cliente. O cliente havia feito um pacote de identidade (papel timbrado, envelopes, e assim por diante), que era muito bonito, mas completamente não imprimível.
O problema era com um padrão de fundo que foi construído com vários quadros sobrepostos, cada um preenchido com uma cor Pantone ou um gradiente desta cor (Figura 1) , embora eu tenha mudado o design e o logo para proteger a identidade do semi-inocente). Quando eu digo que era não imprimível, quero dizer que, enquanto a página seria tecnicamente imprimível, ela sairia totalmente diferente do que aparece no InDesign. Isto é um caso de WYSINWYG (“what you see is not what you get” – o que você vê, não é o que terá)! Não é totalmente culpa do InDesign. Algumas cores são difíceis, ou até mesmo impossível de representar propriamente na tela. Tintas vernizes, metálicas e fluorescentes são obviamente exemplos disso – não há como você ter uma prévia precisa de uma delas na tela do computador. Outras cores muito ricas, ousadas – como laranjas brilhantes – também são impossíveis de se prever na gama RGB da maioria dos monitores.
De qualquer forma, neste caso, o designer tropeçou em uma limitação muito diferente do InDesign: o manuseio do software com cores e efeitos de transparência.
É tudo sobre impressão sobreposta
Quando você pega duas cores (magenta e ciano, por exemplo) e sobrepõe elas, a área sobreposta fica mais escura do que as cores individuais. Isso acontece tanto na tela, quanto na impressão. Se você sobrepõe cores, algumas áreas ficam mais escuras e evidentes na tela. Mas a saída para impressão pode ficar de uma maneira diferente. Cores spots são mais opacas do que cores process, e neste caso em particular, o designer na verdade sobrepôs uma única cor spot nela mesma. O resultado na tela é uma adorável interação dos objetos. Mas no mundo real, uma cor laranja sobrepondo a mesma cor, simplesmente não pode resultar em um laranja mais escuro (Figura 2). Infelizmente, o InDesign normalmente não sabe disso. No software, quando você pega dois objetos sobrepostos – cada um preenchido com a mesma cor – e define a de cima como multiply, a interseção aparece mais escura. Veja que eu disse que o InDesign normalmente não sabe que as cores não podem ficar mais escuras. Isso lhe dá uma pré visualização adequada se, e somente se, você ligar o botão “fica esperto sobre as cores”. Isso é mais formalmente conhecido como View > Overprint Preview. Quando você liga o overprint preview, o InDesign subitamente acorda e mostra pra você uma pré visualização bem definida. Você pode perceber porque eu recomendei que quem usa cores spot ligue esta opção enquanto trabalham.(Figura 3)
Encontranto uma solução
Então o que pode ser feito com este pobre trabalho de design? Ele não pode ser impresso desta forma. Aqui vão algumas soluções que você deve lembrar, caso venha a se encontrar em uma situação parecida.
Primeiro, você pode converter a cor spot para uma cor process com o Ink Manager do InDesign (Figura 4). Você pode abrir o Ink Manager no painel do menu Swatches. Neste caso, a cor spot é alterada para uma combinação de cores process (o laranja poderia ser simulado com magenta e amarelo, e as áreas escuras talvez tivessem um pouco de preto). A qualidade da impressão com cores process é diferente da com cores spot, mas ao menos você estará próximo ao resultado desejado.
Outra opção é usar duas cores spots diferentes. Combinando duas tintas diferentes, você pode ter resultados mais escuros. (Embora isso dependa das tintas – algumas cores spot não misturam bem, então verifique com sua gráfica.) Uma terceira idéia é exportar a arte como um JPEG em Grayscale (File>Export), então abrir o arquivo no Photoshop e converter para monotone. Para fazer isso, vá em Image > Mode > Duotone, e então clique no swatch de tintas e pege a cor que você deseja usar (Figura 5). Salve o arquivo como um PSD e o inclua no InDesign, no lugar dos objetos originais. Desde que esta técnica lhe deixa com uma imagem rasterizada, você pede seus vetores.
Aqui vão outras soluções, como recriar objetos no Illustrator, mas você ainda terá a mesma limitação básica: Você não pode fazer uma tinta mais escura do que ela é, não importa o quanto desta tinta você sobrepões. Se você quer áreas mais escuras do que outras, precisará planejar adequadamente. Em tempo, lembre que o Overprint Preview é seu amigo. Não é uma prova de cores perfeita em muitos modos, mas ao menos lhe dá o “o que você vê é próximo do que você tem”.
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