Revistas apostam em inovação digital

Revistas apostam em inovação digital

Na era digital, as editoras de revistas se transformaram em empresas de mídia e hoje trabalham num ciclo de 24 horas durante os sete dias da semana. Investem para conhecer melhor seus consumidores, estimulando a sugestão de ideias por parte deles e criando uma cultura de coprodução, em que o leitor ajuda na elaboração do conteúdo. Também buscam os melhores modelos de distribuição de conteúdo pelo celular, considerando que existem 6,1 bilhões de aparelhos num planeta com 7,2 bilhões de habitantes.

Essas tendências estão na ordem do dia e foram discutidas durante o congresso de FIPP, maior associação de revistas do mundo, realizado em outubro, em Toronto, no Canadá. E foram apresentadas ontem durante o IX Fórum Aner de revistas, “Em Busca de um Novo Modelo”, realizado pela Associação Nacional e Editores de Revistas (Aner) em São Paulo. Assim como os jornais, as revistas passam por uma revolução e procuram por novas fontes de receita, além da circulação, como as assinaturas digitais e a realização de eventos.

“O que fazemos de melhor é produzir conteúdo de qualidade, que não é uma commodity. E parte desse conteúdo consegue ser monetizado. Os eventos também não deixam de ser conteúdo, e as editoras estão usando sua expertise para criá-los”, disse Frederic Kachar, presidente da Aner e diretor-geral da Editora Globo e da Infoglobo, destacando a importância que os celulares ganharam no acesso ao conteúdo. É preciso investir na criação de sites mobile first (plataforma móvel primeiro) e incrementar a utilização do conteúdo.

Além do presidente da Aner, também participou dos debates Luca Dini, diretor editorial da “Vanity Fair Condé Nast” italizana, que contou a experiência de transformar a revista americana mensal numa revista italiana semanal. Ele destacou a importância da interação da revista com o leitor através das redes sociais.

“Aceitamos críticas e sugestões pelo Facebook e pelo Twitter e temos um processo muito interativo. Tratamos nossos leitores como nossos pares. Nossa revista é feita para mulheres, que se interessam por assuntos como acne e o Afeganistão”, disse Dini, lembrando que a revista impressa já tem mais de 200 mil exemplares semanais e 1,2 milhão de leitoras; nas redes sociais, a Vanity Fair italiana é seguida por 1,8 milhão de pessoas.

Os jornalistas Bruno Astuto, colunista da editora Globo e de edição Globo Nast, e André Lahoz, diretor de redação da revista Exame, falaram sobre o papel do jornalista nesse processo de transição. Para eles, essa revolução tornou possível às revistas falarem com seus leitores várias vezes por mês, intensificando uma relação que era apenas esporádica.

“É uma revolução positiva (a digital), um exercício de renovação”, disse Astuto, lembrando que a revista Vogue, por exemplo, já tem 1,1 milhão de seguidores no Instagram.

Pedro Silva, presidente do IVC, que mudou sua marca e agora se chama Instituto Verificador de Comunicação, disse que essa mudança foi e é um reflexo da necessidade de auditoria de mídia multiplataforma. Silva observou que o instituto já audita dados de acesso a conteúdo em tablets, celulares, vídeos, eventos, newsletters, além do impresso.

 

*Fonte: Jornal O Globo

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