Tablet ou smartphone?

Em busca do gosto ideal do consumidor, o efervescente mercado de gadgets vem fazendo uma série de testes lançamentos. Desde os tijolões do início deste século, os celulares diminuíram de tamanho até quase sumirem na palma da mão. Então a Apple entrou em campo para redesenhar o padrão de celulares, colocando de vez a internet – e o mundo, enfim – à disposição dos usuários. Logo veio a demanda por telas maiores, e daí para a invenção do tablet foi um pulo. Agora, a evolução tecnológica encontra-se num dilema de qual seria o tamanho ideal do aparelho, seja ele híbrido ou não – e, para isso, nada melhor (para os fabricantes, claro) do que provocar o bolso do consumidor.

Fato é que, do jeito que a coisa anda, logo o tablet e o smartphone serão uma coisa só (e já não são, afinal?!…). Taí o Samsung Galaxy S3 que não nos deixa mentir, com sua tela de 4.8 polegadas. Faz tudo o que um tablet, faz conta com uma tela aprazível para leitura e tem capacidade de fazer até ligações (!). Seu concorrente direto, o recém-lançado iPhone 5, também surgiu um pouco maior, com 4 polegadas – 0,5 a mais do que o modelo anterior. Uma diferença que permite, por exemplo, uma linha a mais de ícones de aplicativos na tela. Trata-se, aliás, do mesmo tamanho do badalado Windows Phone, que promete agitar (ainda mais) o mercado.

A Samsung é a empresa que melhor reverbera essa tendência de aproximação entre telefones e tablets. Sua linha de dispositivos comporta desde celulares com telas de 3,6 poleadas a tablets com 10,1 polegadas, além de outros modelos híbridos de 5,5, 5,8, 8.9, e por aí vai. A Apple respondeu não apenas com o iPhone um pouco maior, mas também com um iPad (bem) menor, de 7,85 polegadas (que deve ser lançado no mês que vem), contra as 9,7 atuais.

Como, então, escolher o dispositivo certo para suas necessidades? Não tem jeito, vai mesmo de acordo com o hábito de cada usuário. Um celular de cerca de 4 polegadas, por exemplo, é discreto para se carregar no bolso, proporciona leitura razoável e deixa um pouco a dever ao assistir vídeos, principalmente se forem um pouco mais longos. E perde também para os tablets  no quesito games. Coisas que o smartphone Samsung Galaxy S3, por exemplo, faz com maestria – com exceção talvez da confortabilidade de se carregar o aparelho, o que, por outro lado, pode ser apenas uma questão de readaptação.

No caso dos tablets, a briga é boa entre os modelos de 10 polegadas e os menores. O Kindle da Amazon padronizou a tela em 7 polegadas. Em geral, 8 ou 9 polegadas são um ótimo tamanho para quem pretende usá-lo mais como leitura. Já os modelos de 10 polegadas são ótimos para assistir vídeos. Algumas pessoas acham um pouco pesados para segurar apenas com uma mão ao ler um livro (uma bobagem, afinal, pois continua pesando menos do que qualquer livro de 300 e poucas páginas). Tudo depende, então, de como você pretende usar o produto: será usado para quê (ler, assistir, navegar)? Ficará mais em casa ou sairá contigo para passear? Em sua cidade há plano (bom e honesto) de rede 3G para tablet? Isto é fundamental? A escolha passa fundamentalmente pelo nível de mobilidade no uso do aparelho.

Mas há ainda um problema que pouco se diz por aí: dificilmente um aplicativo oferece a resolução ideal para todos os tamanhos de tablets. A Folha de São Paulo e O Globo, por exemplo, padronizaram seus apps de acordo com as 10 polegadas do iPad (um tablet de 8,9 ou menos costuma ser reconhecido como celular, e a visualização fica longe da razoável). O Globo, inclusive, se restringe ao iPad e ignora os usuários de Android. A lógica é relativamente simples: fica difícil aos jornais e revistas (que financeiramente nunca andam muito bem das pernas) acompanhar o ritmo frenético de novos e-leitores, cada um a seu jeito, com seu padrão. O pior é que isso nem chega a ser uma prerrogativa dos sites de notícias brasileiros. O próprio app do Facebook para Android não reconhece o 8.9, e fica praticamente impossível utilizá-lo.

Como os grandes conglomerados parecem seguir a Apple para padronizar seus apps, pode ser que os usuários de tablets menores (e celulares maiores) possam, enfim, ganhar um lugar ao sol com a nova investida da Apple. É esperar para ver.

 

 

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