Publicações digitais na educação

Publicações digitais na educação

A produção de conteúdo digital dos materiais didáticos vem mexendo com o fluxo de produção de muitas editoras. Atender as solicitações do edital PNLD 2015 não é tarefa fácil. Os caminhos adotados pelas editoras para produção dos objetos educacionais são os mais variados.
Pela minha experiência em campo e conversas com profissionais do setor o governo pretende ir além dos objetos educacionais anexos a publicação impressa, na forma de hyperlinks, e sinalizou o formato Folio como uma opção a ser adotada para produção de conteúdo interativo integrado ao conteúdo.

“Entende-se por objetos educacionais vídeos, imagens, áudios, textos, gráficos, tabelas, tutoriais, aplicações, mapas, jogos educacionais, animações, infográficos, paginas web e outros elementos.”

Essa decisão muda totalmente o fluxo de trabalho. O que antes era produzir objetos educacionais disponibilizados na web, agora é preciso integrar esse conteúdo ao layout para acesso em diferentes plataformas.

“Os livros digitais deverão ter, como requisito mínimo de padronização, acesso por multiplataformas e pelos principais sistemas operacionais, tais como Android 2.3 ou posteriores, l0S, Linux (ubuntu) e Windows 7 ou posteriores, para dispositivos como laptop, desktop e tablets.”

Com base nessas informações vamos analisar as possibilidades, atuais, de produção digital tendo como premissa a estrutura e o perfil de mão-de-obra disponível pelas editoras. Traduzindo: acredito que poucas (talvez nenhuma!) editora esteja preparada para uma produção paralela de impresso e digital. Para os próximos anos será preciso consolidar a forma de distribuição e produção do conteúdo digital na educação. Há vários aspectos envolvidos, entre eles destaco:

  • A capacitação do profissional (leia-se designer gráfico) em novas ferramentas e linguagens que permitirão a produção digital.
  • Reestruturação dos setores, dentro das editoras, para otimizar a produção impressa e digital.

 

Adobe DPS – Digital Publishing Suite

A plataforma de publicação digital da Adobe possui uma larga aceitação no mercado americano e percebo um crescente interesse das empresas brasileiras na plataforma. Integrado ao software Adobe InDesign, a plataforma DPS oferece um fluxo de produção ágil, total controle do layout e objetos interativos bem elaborados sem a necessidade de programação web.

A plataforma é comercializada pela Adobe em três suítes – Single (já integrada ao Creative Cloud); Professional e Enterprise [saiba mais]. Devido as características de distribuição exigidas no edital PNLD somente a conta Enterprise atende ao controle de acesso por login/senha.
Os canais de distribuição do formato Folio são os tablets iPad [todos os modelos]; tablets Android; iPhone e iPod. A novidade fica pela distribuição em desktops sem a necessidade de produzir um novo arquivo. Leia mais sobre este recurso no artigo.
Veja um exemplo de visualização do Folio em desktop.

Exportação do Folio

Outra característica do edital é o fornecimento do conteúdo digital (para avaliação) em mídia física, DVD-ROM. O fluxo de produção do formato Folio não permite o acesso direto ao arquivo, o mesmo fica hospedado no portal Folio Producer, nos servidores da Adobe.
Para poder exportar o arquivo Folio localmente é preciso fazer o upload e depois publicar o Folio para ter acesso ao comando de exportação.

folioproducer

Após realizar o upload do Folio e acessar o portal do Folio Producer o botão Export aparece desabilitado.
Para ativá-lo clique em Publish.

publish
No quadro de diálogo Publish siga as instruções da imagem

export
Uma vez publicado o Folio ficará disponível para download pelo comando Export, em Folio details

 

Conheça mais sobre a plataforma Adobe DPS com a dualpixel

 

 

ePUB2.1 / ePUB3

Apesar do grande potencial do formato ePUB3 e sua flexibilidade de distribuição, pois o ePUB está presente em todas as plataformas existentes (em especial a versão 2.1), contudo sua adoção no cenário educacional apresenta grandes desafios.
Enquanto o mercado não usufrui das potencialidades do ePUB3 devido ao pouco (quase inexistente) suporte à visualização de seus principais recursos. Continuamos no aguardo da atualização do Adobe Mobile – principal “motor de leitura” dos eBooks, sendo utilizado pelos principais eReaders e Apps compatíveis com o formato ePUB. Na verdade grande parte dos leitores que não sejam da Apple e Amazon utilizam o “motor de leitura” da Adobe.

No contexto do livro didático, do edital PNLD, o ePUB apresenta um grande desafio as editoras, pois seu principal beneficio em possuir uma estrutura fluida do conteúdo se ajustando a diferentes formatos de tela, torna-se o grande vilão quando é preciso reproduzir layouts mais estruturados semelhante aos principais livros didáticos disponíveis no mercado.

“Os livros digitais deverão apresentar, como formato principal, paridade das paginas com os livros impressos correspondentes, podendo também incluir outras opções de apresentação como formatos alternativos.”

Uma boa iniciativa é o consorcio Readium que disponibilizou um SDK para desenvolvedores produzirem leitores compatíveis com o formato ePUB3. Somente nessa versão é possível ter um mínimo de controle do layout através de comandos em CSS3 e recursos interativos mais elaborados com uso de javascripts.

Outras vertentes do formato ePUB, como o Layout Fixo e iBooks Author – não atendem ao edital devido a restrita distribuição do conteúdo produzido.

 

Conheça mais sobre o formato ePUB com a dualpixel

 

 

HTML5

HTML5 é o Santo Graal da publicação digital. Neste artigo escrevi sobre as potencialidades e aplicações do formato e agora venho reforçar esse fluxo de trabalho. A linguagem de marcação de texto reúne as principais características para ser utilizada como matriz dos conteúdos editoriais.

  • Formato aberto e consolidado.
  • Multiplataforma.
  • Recursos gráficos e layout.
  • Interatividade.
  • Vasto material de estudo.

Entre outros recursos como semântica e desempenho. A partir de uma publicação em HTML podemos produzir um arquivo no formato ePUB e Folio, ou seja, com apenas uma diagramação seria possível alimentar um site, eBook e aplicativo. Esse é o mundo ideal e acredito que chegaremos nesse nível em breve.

Mas alguns fatores impedem a adoção desse fluxo de forma mais imediata: 1) fluxo de trabalho – O tempo de produção em HTML, normalmente, é maior e necessita de mais profissionais, em especial, quando se aplica interatividade. 2) mão-de-obra – Os designers gráficos não estão capacitados a absorverem um fluxo de trabalho em HTML. Esse item é ainda mais abrangente e complexo, pois implica numa mudança de formação técnica e cultural mais profunda.

Nesse cenário de transição a certeza que podemos ter é que o formato HTML5 veio pra ficar, não só na web, mas também, na área editorial para produção de publicações digitais, com ou sem interatividade. Uma forte sinalização desse movimento é o crescente suporte ao HTML5 e CSS3 nos softwares gráficos da Adobe. Na versão Creative Cloud, o Photoshop e Illustrator, por exemplo, exportam marcações em CSS3 dos objetos.

Produção de CSS3 pelo Photoshop CC

Integração entre layout e CSS. Tenha acesso a formatação em CSS dos objetos criados no Photoshop com um simples clique no painel Layers.

Outra vertente é o surgimento de softwares que permitem a produção de layouts e interatividades em HTML5 através de uma interface amigável. Dois bons exemplos dessa categoria são o Adobe Muse e o Adobe Edge Animate.

 

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